sábado, 31 de dezembro de 2011

MUNDO ABSTRAÍDO DE TODA CONCREÇÃO : MUNDO DO SER


O bar é sempre um amor eterno

Mas eterno é o nada,
que não é nada
senão paradoxo de filósofastro-matemático-
poetastros ;
enfim,
alienações de "adam" (Adão grandalhão) ,
o ser "adamah" (ser humano )
- filho-esposo-neto-bisneto-tataraneto de "Hawa",
( Eva em hebraico do Tanach )
avos, avós, Eva
- e demais "evos" que prefixam-sufixam-significam
norteiam
orientam o tempo-bússola
ou o assinalam
assinando e sinalizando
uma carta a caminho de Caminha
no meio do caminho para as Índias das especiarias
de onde escreveu o escrivão da Coorte ...

O eterno é o nada de tempo, cronos,
nada de nada
nada rasgado
rabiscado no rascunho
pois sem tempo não há nada
em oposição diametral ao ser
( o ser é o Narciso do nada )

Sem tempo
nem vácuo
- vácuo paradoxalmente cheio de ar na esfera
pode transmutar
por sutileza
de antiga escolástica
à Duns Scott
e outros antigos e medievos
a concepção de esfera
pois quando é uma bola
a concepção de esfera
muda de figura
por causa do ar
que enche a bola
porque o conceito de esfera
a meio do caminho
ignora geometricamente
os pontos e segmentos de reta
no ar que infla a bola
e desfaz a esfera
ou desdenha e desdesenha a esfera
através da concepção euclidiana de plano
que vigora no vazio abstrato
dos seus postulados
ou de onde põe o ser
no mundo abstraído
de toda concreção
( A bola do meu neto
não é uma esfera
porque o filósofo grego Euclides
ao postular as ideias puras
na sua estética transcendental
retirou ou abstraiu do conceito
toda matéria
e só deixou
a energia da mente
que concebe a forma
sem o conteúdo material;
o seja, em pura ideia
desenhada nas figuras geométricas
que não mensuram o mundo
em parábolas-desvairadas-cartesianas
mas as desmensuradas ideias
e o nada
que está na outra ponta
do ser
- no não-ser
concepção do vazio
fora de plano
euclidiano.
Eis toda a ontologia grega
presumidamente )
Mas ( outro mas!
mas agora um "mas"
na curva do bar
ou debaixo da árvore do terebinto
que sombreia o bar
aonde se entra sombrio
mas não se sai sóbrio
mas sim sobranceiro
sob sombreiro )
Mas
me corrija o étimo hebraico
oriundo do escutar a voz do hebreu
pelo ouvido das vogais
agora sem vento de oboé
soprado pelas narinas
quando as almas vivas
animavam o corpo anatômico-fisiológico-químico-eletromagnético
do arameu errante
sempre em diáspora
mundo fora
mundo afora
("meu pai era um arameu errante"
dizia minha mãe
junto com todo o povo judeu )...

Vá, peço, no que peco!,
vá perquirir a etimologia correta
e faça-me o favor
de alertar-me com um rol de erratas
mormente para quem já não pode beber,
fumar já não pode...
nem tampouco fugir no cavalo preto do apocalipse
pois meu sonho é ser o cavaleiro negro
espada em riste sobre o monte Armagedom
em Megido
no dia do Senhor do profeta Oséias
anunciado pelo profeta Amós

Mas ( outro "mas' intercalando a frase )
só posso ser José ou João
e "ninguém" mais
nenhum outro João-ninguém
que não eu mesmo
dentro e fora do bar
e do bar-bar dos bárbaros
no bar

Sim
Sou João, portanto;
"mas" nenhum portento,
nenhum São João,
( nem Batista, anabaptista ),
ainda sem aura ou auréola de santidade
que isso demanda um processo canônico

Para ser um João santo
há mister de milagres
e o requisito de morte do escolhido
( e não conheço ninguém que queira ser o escolhido! )
porquanto somente depois de morto
quando não se pode mais fazer mal a ninguém,
o ser espoliado
pode servir "eternamente" aos vivos
de pasto e repasto político
- mais, muito "mais" e "mas"
muitos "mas" e mais :
às mancheias de ases
no jogo de baralho
entre trapaceiros polidos
políticos
( Mas se há um ou vários "mas"
que pode valer valete junto ao sim
que assinala o cumprimento da ordem jurídica
descida em judicial
descaída em judicante
se existe um tal "mas"
que passe incólume pela norma culta...
por que então
não pode haver "mases"
que não vem para males
no plural?!
Não poderia a gramática
livrar-se do peso
de toda sua norma culta
colocada sobre os lombos dos burros
e livre como o verso livre
- obter licença poética
para todas praticar?!
Poderia ser ou não-ser assim?
Qual a questão do ser?:
A questão do não-ser?
"Seria" simplesmente por causa "jurídica
às vezes duas vezes as causas jurígenas"
multiplicadas
ou seria a gramática
um ordenamento jurídico
por dentro podando o ser pensante
no escrevente
no escrivão Caminha
e no escritor
da mais livre poesia
de Manuel Bandeira
que despreza o lirismo amarrado?
Ou senão
ou se sim
imaginemos matematicamente
que poderia vir a ser
o caso dos "noves fora zero"?!
- cuja tradução livre
ou versão
poderia ser, grosso modo,
um " nós fora dos nós górdios"
que enlaçam os gordos de poder político-econômico-histriônico-babilônico-...
a esse mesmo poder histriônico-babélico
na graça do ranço das velhas histereses
que rondam pás de moinhos de vento...

Mas ( é muito "mas'! )
se houvesse longe-livre-ermitão da gramática política
uma economia de "mas" livres
com ou sem (?) plural nos "esses" (s)
e que não fosse escrito em língua maldita de "ss"
pois esses "esses" (s) unidos
é de essência nazista
demoníaca ( possessos ss
- silvo de serpente no Éden
sobre o qual palmilhamos em vida )
- esses "esses" ou dois "esses (ss)" unidos
dão em estados unidos
para o crime de guerra
e espionagem com "drones"
a fim de perpetrar
a odiosa teoria e práxis política
como todas, aliás,
as teses e práxis políticas
dos políticos
( alguns homens com poder de crueldade
sobre o próximo e o distante samaritano)
- práxis emanadas de doutrinas nazistas
- puros nazismos ou fascismos
em fuga da palavra
que falam e escrevem contrapontisticamente
ao que é a prática
( são contrapontos de práxis e práticas
mas não de pragmas
nem tampouco de pragas
- pragas que não Praga
uma capital enclavada na Europa )
Tais doutrinas para empalamento
vão a galope ligeiro
cavalgando pela realidade cotidiana
das democracias a cavaleiro do nada
A cavalo no alazão e no baio
um ginete amarelo de outono em assustadora madurez

Nenhum regime entra na economia salvífica.
Então, que tal um plural assim : "mass"?!
com inocentes letras "esses" (ss )
que não querem ser símbolo
aberto em asas para voo
em cruz suástica
quando tal cruz
vem de um Hitler
em eterno poder de fogo?!
( Há outros seres humanos
de bigode ridículo
e discurso inflamado
e atitudes deletérias... )

Um ser humano
- um que seja!
e por pior que seja em papiro!
não merece um nazismo
nem outro fascismo
nem sionismo ou anti-semitismo
nem tampouco as democracias atuais!
- que se proclamam tais
nas matracas midiáticas por aí
as quais não passam
( ambas! )
de nazismos-fascismos hipócritas
imersos nas águas da besta-peixe-fera
nos aquários astrológicos-astronômicos das instituições
sob rígidas leis romanas
- em "duralex" de opressor para oprimido...
com um exército cujos generais
são Hitler e Mussolini
senhores da guerra
e das forças armadas
cada vez mais armadas e odiadas
- com "unhas e dentes"
extensos nos artefatos bélicos
que defende o poderoso
e esmaga o frágil
com um tanque de guerra
ou um helicóptero apache
de estados unidos constituídos para a defesa de alguns
que se acham acoplados ao topo da pirâmide
e o massacre da maioria
na base
soldados
peões
no jogo do xadrez
- estratégia que põe o preto-no-branco
e, destarte, o que é sub-ser
no homem animado pelo animal
que domina a selva em silvo interior )

Sim
sou João
orgulhosamente
ostensivamente João...
Mas e José
- para onde foi?!...
Perdeu-se
na noite negra
sem vaga-lume mínimo
a por o caminho
que nada na mente escura do ginete negro
alienado
vendido no mercenário de estado
no médico e no zelador
no falso profeta
poeta cientista atriz meretriz...
Ou tudo isso pensado a esmo
não seria tão-somente
um contraponto
que faz funcionar minha mente
contrapontística
e em punção para fuga de água da pleura
e de Bach
- polifônico Bach!,
senhor da musa Polímnia
que dança na música
com Melpômene
( Polifonia em musa em Dostoievski
Kandinsky... : Oi Kandinski! ,
odeio Gengis Khan!)

O mundo é um contraponto
em repiques
responsos
e para responder a ele
ser responsável
e consequentemente livre das peias
preciso ser um contraponto
do mundo
como está
e sempre esteve
- em estado de calamidade!
em petição de miséria
um tição do cão
Maior ou Menor
na sua filosofia
e práxis dela
( Fim da dissertação-discussão
do sexo dos anjos plurais
na conjunção "mas"
- perfeita na circunferência
que fere e produz a esfera
na geometria euclidiana
a menoscabar o ar
que enche a bola do menino
- e de Pelé
mas não entra nos postulados de Euclides
o filósofo que primeiro pôs o ser no mundo
pela geometria
quando abstraiu as figuras
dos seus conteúdos
e as colocou num mundo de formas
que são as ideias
as quais não possuem matéria
mas somente formas )

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

MALINOVSKI NAS ILHAS TROBRIAND (ETNOGRAFIA)


O homem é Giorgio de Chirico!

Solitário passo entre as casas
- Sou Giorgio de Chirico!
O homem que sou
é um de Chirico...:
um Giogio de Chirico!

Em solitude absoluta
passo com o sapato
cujo chiado em atrito com o solo
canta a solidão relativa
reativa
ratificada
pela cantaria obrada em desenho de gárgula
no canto debuxado nas pedras
da igreja cujo cantochão
canta ao rés-do-chão
- ao rás do chão...,
razoavelmente

Passo no passo do sapato
que recolheu pedras no caminho
de Carlos Drummond de Andrade
cavalgando a mulinha do leite
qual fosse outro Dom Quixote de La Mancha,
digo : das minas gerais
de Minas Gerais
dos campos gerais...

Olhos d´água me molham o verso
- olhos na água que me espelha
e especula-me a solidão pétrea
de um Narciso-monge-cartuxo

Mesmo quem me toca
- toca-me tuba trombone saxofone
violino piano
ou instrumento de percussão
porquanto o homem carrega-os em si
no si musical da Musa
que inventou a música
o músico e o instrumento musical

Contudo Musa que é musa
é criatura de homem
- o criador da não-natureza
na cultura
objeto de estudo
para astuto etnólogo
empós etnografia de Malinovski
nas Ilhas Trobriand
assentados sobre atóis coralinos
( porém prefiro imaginar
a Polinésia para os Argonautas do polonês
- nautas em outras plagas
Melanésia Micronésia
território de Guam... )

O homem
o monge
o solitário...:
sou Giorgio de Chirico
e na minh'alma
a solidão tem tal acento tônico
tal tonicidade grave
que quando beijo
não me beija ela
pois quando ela beija
não há beijo meu
em correspondência
porque o beijo de Klint
nem o meu
nem tampouco o beijo dela
por mais sequioso ou ávido
que estejam os lábios carnudos
no vermelho do batom
não pode ser correspondido
- que é a solidão do homem
é barreira intransponível
ainda para a mulher amada! :
Ou o filho e a filha queridos
amados entes
( O ósculo e o amplexo
é sempre o de Heitor e Andrômaca
na escultura de Giorgio de Chirico
que olha para a perspectiva
do impensável filosófico
retratando a melancolia profunda
afiada pelo outono à tarde
- Ah! tudo é muito tarde!
para qualquer gesto desesperado
- de Klint! )

O homem sou eu
- e eu sou Giorgio de Chirico! :
ou a solidão nefasta
de Giorgio de Chirico
segue-me como sombra
sombria na noite fria
pintada a Joan Miró
na melhor noite
da solidão espasmódica da mulher
- dentro da vela da noite escura
no breu das trevas
com negro batom,
nigérrimo esmalte nas unhas
para arranhar a tez

Eu sou o homem!
- sou Giorgio de Chirico
em vasta e impensada solidão :
lancinante solitude noctambular!
Errante entre os noctívagos
vagos vagabundos vadios
errabundos vaga-lumes

Sozinho na vela da treva
navego no barco à vela negra
rompendo a treva espessa
guiado pela esguia enguia
que enche a barra da alva
na flor de laranjeira
que odora o ar
- que adora o vento
com sua fragrância
a incensar a brisa
em noite negra
na qual sigo impensável
a cavaleiro de mim
- no meu rasto
que é o único
que posso ver ou ler no chão
quer faça treva ou luz
preto no branco
do xadrez no claro-escuro
do dia e noite
vida e morte

Sou Giorgio de Chirico
em cada solidão pintada!
- e ninguém tem poder
para atravessar esta solidão espessa
entre mim e o mundo

Entre os outros seres humanos e eu
há uma barreira interposta...:
- inviolável fortaleza!

domingo, 25 de dezembro de 2011

ADVERBIAL (wikcionario wiki wikdicionario wikipedia wikisource wapedia )

Passando por um renque de árvores
com pássaros cantantes
logo acima do cananeu
que não era eu
senti vontade de ficar ali
parar ali
para sempre
se a locução adverbial "para sempre"
existisse
fosse fato
e não ato pensante-pensado
e, concomitantemente, estivesse
fora do vocábulo
porquanto a existência está por fora
do outro lado da alma
espelhada em Alice
jogada e perdida no mundo
para onde foge o ser
na alienação do homem
enquanto a essência vai por dentro
roendo a vida com radicais livres
corroídos por anti-oxidantes

Quedar ali embaixo da ramagem
sentado no Buda
que sou
- que somos todos os indivíduos... :
Louco de pedra-pome,
doido varrido,
sentado em lótus
sob a alêia aléia alameda
álamo bulevar ambulacro...,
ó Manuel Bandeira!...
- senhor de tantas andorinhas!
mas que não obstante
tanta andorinha e tanto tamanduá-bandeira
não me ouve mais
porque extinto está
debaixo das ervas daninhas
sob pedra tumular
solo sobre o qual outrossim
não mais palmilha Drummond
pelo caminho da pedra
em meio ao caminho do pé
calcado no sapato torto
( o sapato velho é um torto anjo
que dá azo ao azar
e a bazar de quinquilharias )
Ambos os poetas
hoje são
o que não não são
nem tampouco estão sãos
nem são em São Petersburgo
nem ser nem santos
nem corre processo canônico
conquanto já jazem
em jazigos estão
abaixo da pedra do burgo
da pedra de Pedro
da pedra São Pedro
e da pedra que havia
a meio caminho do sapato
florido em Mário Quintana
escrito na carta de Caminha
a caminho das especiarias
e da pedra que é
o seu corpo desfeito
decomposto
na cal do osso
com o resto da alma
no sopro restante
presa nos ossos
entre ossos encerrada
sonhando com um soprador
um tocador de tuba
que a expire dessa flauta
na dança dos signos no ar
escritos em parábolas senoidais
bailarinas-musas no vento
Todavia tudo
o que descrevi
foi só um momento
que ficou engasgado no tempo
em pedra de descaminho
- para caminhar descalço
carmelita
sobre elas a caminho
para a planície do Esdrelão
- um instante de apedrejamento íntimo
( ou de liberdade cínica
- Total?!
Total só no ideal
no real não )

Foi num tempo para semear
tempo no semeador
que fiquei ali plantado
sob chuva
junto à aleia e as ervas
à sombra da alameda
doido de jogar pedra
- pedra a caminho
de Eras geológicas
profetizada em geóglifos

domingo, 11 de dezembro de 2011

MNEMÔNICO ( wikcionario wiki wik dicionario enciclopedia etimologia onomastico ) )

Poetas olham para bar
enamoram-se do bar
flertam com bar
mergulhado à sombra das telhas
quando a tarde vai navegando do zênite
ao nadir
- que começa a nadar
no rio negro das trevas
vendadas nos trevos cegos-cegonhas
que aplainam os caminhos
de Pero Vaz de Caminha
em carta às ervas-hortelãs do rei
de Portugal e Algarve
Poetas são bêbados contumazes
adentram recinto de bar
sóbrios-sombrios
com sombreiros
e saem sobranceiros

Erram de bar em bar
a ouvir o bar-bar dos bárbaros

Quando não estão embriagados
inebriados com a vida
soluçam na escrita
de versos
vivem de versos
por versos
em versos
põe o que não é poesia
mas escrita hieroglífica-geoglífica-alfabética
da poesia surda-muda....
( Esta é uma maneira odiosa
de não viver de fato
mas sobreviver por procuração
ou teatralmente
no bufão-truão-histrião
que encarna
ou representa por escrito
na tragédia de escrever poesia
- que embora não seja um morrer
é um não-viver
uma sobrevida em andrajos
( O poeta quando escreve
já não bebe
já não fuma
- já não vive!
Apenas lembra do ébrio que foi
na infância ou juventude
maturidade ou velhice
Faz da poesia escrita
um lembrete de vida
- exercício mnemônico )

Toda minha poesia
é ilegível
e não está escrita
em antologia
ou ontologia
- A poesia prescinde do escriba

domingo, 4 de dezembro de 2011

JUSTIÇA ( wikcionario wiki wik dicionario filosofico cientifico ))


O conceito de negócio jurídico desenha geometricamente ( todo desenho desde Euclides é geométrico, mensura e contém formas ideias de figuras delineadas com "lápis" sobre o perímetro dos corpos figurados, sendo a geometria abstracção do conteúdo e concretização da forma : ideia desenhada, concebida sem pecado, no jargão da Igreja, a "Mater e Magister" do indivíduo ocidental em assembleia : comunidade ) um ato, que, após desenhado (tomado em corpo hipotético : hipótese, sob a abstração dos signos da língua-escrita ou cantada em coro na tragédia comunitária com seus atores-personagens ou hipócritas, que somos todos em sociedade, porquanto o viver social é um conviviver que exige personagens rígidas, desumanizadas, varadas pela imaginação da baixa literatura de Agatha Christie e Conan Doyle e não da alta literatura de Dostoievski, Tolstoi, Dickens, Machado de Assis ) se põe no mundo enquanto fato consumado.Fato é sempre a consumação de ato ou atos enlaçados, trançados no vime, encadeados .
O negócio jurídico, aparadas as filigranas dos doutos, é um negócio como outro qualquer, apenas amparado ou estribado em lei, ou que se passa sob a forma prescrita em lei. Ritos do contato e do testamento.
Todo testamento é m negócio jurídico, inclusive o Velho e o Novo Testamento bíblico, que nos remete e destina a um legado e a uma herança social e, ao mesmo tempo, é um contato social da lavra de Rousseau e da exegese de Hobbes, no "Leviatã". Enfim, um pacto, o tal contrato genérico, que se presume universal, porquanto direito é mais presunção que realidade "cognoscitiva" ; se não for muita presunção, total presunção! E nada mais que isso, fora do rito imprimido pelo princípio da razão suficiente, que presunção bastante para se pensar e fazer de tudo com o outo, desde que esteja dentro do âmbito da lei, a nova deusa e tirana, o novo despotismo, que é novo somente na aparência .Porém antes da lei emergir, vem o costume, onde se funda, onde tem pé a legislação vigente e revogada, essas deusas e senhoras das gentes e dos indivíduos. Nossas Senhoras dos Pavores dos pobres e oprimidos, protetoras do ricos e poderosos! .
Lei não fundeada em costume é lei sem âncora, ideal romântico; contudo, tal romantismo traz no bojo algo de malícia ou até maldade ( perversidade social ) e candidez angelical , ou candidez na mensagem.Aliás, "a mensagem é o meio " e o anjo ( a lei é um,a mensagem, antes de tudo : carreia dois fardos, para dizer do corpo ou alma dicotômica do pensamento que aflora na comunicação da realidade-idealidade, na qual vive o homem em corpo, alma (sem alma ou vida soprada no oboé das narinas pelo anjo torto do vento em curvas sibilinas-sibiladas, em silvos de serpente na selva ou savana africana) e espírito (sopro hebraico, da língua hebraica na boca do hebreu).
O homem, enquanto indivíduo pobre e submetido, vive sob o que "vige" a lei, que é a expressão da vontade dos que detém o poder político, que é econômico, científico, jurídico : são todos os poderes de fato e de direito, conquanto não de direito puro, ideal, enquanto ideia não alienada no mundo dos donos da sociedade e suas pertenças, dentre as quais o direito é uma, as obras de arte outras tantas e assim as fêmeas e os direitos conquistados sob o gume da espada do direito, que se passa a chamar justiça quando alguns homens remunerados com soldos ou vencimentos de magistrados representam o povo rico, contra o povo pobre e miserável, que sobra em votos nas urnas e nos esgotos, junto aos ratos e ratazanas.
A sociedade sempre foi assim : campo de ignomínia. Leia o Velho Testamento!, sem olhos de ovelha ou pastor ou doutor : com olhos de homem e mulher livres, não alienados pela quantidade de dinheiro ou cargos e encargos sociais que pesam sobre as espáduas.
E se se fala em negócio jurídico é porque há negócios escusos, que turbam as águas claras do direito dos justos e lançam âncora no mercado negro, o qual explora a parte sombria do direito : o direito negro, que faz a sombra do mercado negro, onde sobrevive a grande maioria, mormente nos países de altos índices de pobreza e desigualdade sócio-econômico, ou seja, de injustiça.Onde a injustiça grassa, é uma peste endêmica-epidêmica.
A injustiça é a falência, não ideal, mas real, concreta, não da justiça, que "existe" apenas enquanto concepção pura, ideal, mas do ordenamento jurídico como um todo coordenado , que, assim posto e executado, cuspido e regurgitado, cobre todo o território da nação, estado ou pais , distorce o real em ideal, colocando leis belas, que são pura poesia ou odes aos direitos humanos, quando deveria ser prática e práxis social, não o ideal "nobre" e humanitário, mas a realidade nua e crua.
O mercado negro faz o direito negro e movimenta a injustiça, a qual constrói a sociedade, é a práxis social, que contraria o pensamento ideal do iluminista tardio : Marx. O mercado negro e o direito negro polariza a maniquéia que, destarte, movimenta o direito, através do morto em paradoxo.
A justiça e injustiça, o positivo e o negativo, o macho e fêmea são maniquéias que movem o corpo social e o corpo natural em função matemática-maniquéia infinita, no símbolo, que é o único infinito e o único nada, pois apenas é, mentalmente, e não existencial. O ser é mental, mas nem sempre é ente ou coisa na existência, fora da essência da mente geometrizante.
A doutrina do maniqueísmo, dual, não se exprime somente na tensão entre o bem e o mal, mas extravasa essas polaridades e cria outras polarizações. O maniqueísmo é a doutrina do conhecimento, fundada na inteligência do homem ou na leitura que o homem e o animal fazem da natureza. A sociedade e o indivíduo são efeitos da maniquéia, dessa inteligencia percebida em natureza e transformada pelo homem em conhecimento, o qual é uma parte ínfima da sabedoria ou do saber vigente na inteligencia do homem e do animal, fruto da natureza dada a todo ser humano, quer seja esse "humano" homem, animal, vegetal ou mineral.
Aliás, a sociedade funciona em maniquéia, é uma máquina maniqueísta, cujas polaridades se dá e se esgota nos choques que absorvem as individualidades, embates esses que levam aos contratos ou pactos ( sociais ), cuja função é regrar a luta, socializá-la, normalizá-la ou metamorfoseá-la nos esportes, que é um rito estritamente social, que cumpre função social, socializante, ainda quando o que exprime é, aparentemente, solilóquio, tácito, unilateral, tal qual as demais formas de socialização ; a saber :os dramas representados no teatro, nos tribunais, nas novelas, enfim, nas instituições sociais, no lar.

sábado, 3 de dezembro de 2011

PARADIGMAS (wikcionario wiki wik wikdicionario dicionario onomastico online

Todo o direito é um negócio jurídico ou se desdobra nisso, nesses atos que levam a fatos. Todavia, essa lindeira idealidade com a realidade, a idealidade, não existe ( não está fora da ideia, nem sequer limite de fato com a realidade, mas apenas de "direito" : é mera presunção intelectual); está apenas em essência, no pensamento, na ideia, esfera do ideal, geometria pura, primeiro desenho da ideia enquanto conceito, concepção imaculada da realidade ( a realidade, a maculada realidade! : maculada pelo fenômeno, pelo processo fenomênica, que mancha a imagem e até entorta as linhas da geometria em curvas de Descartes-Einstein.
Essa idealidade, essa ideia platônica, guardada em relicário na esfera onírica, que é a esfera da geometria, sem curvas até Descartes em parábolas que consertam/concertam a recta, o seguimento de recta, que se curva à inteligencia de Descartes-Einstein e outros geômetras-filósofos não-euclidianos, não tão bons ("eu"!) geômetras para retas ideais, irreais, surreais em Dali e outros daqui e acolá..
Fora dela, da esfera onírica, na existência, que nunca é uma esfera ( perfeita! Não, mas sim imperfeito, por fazer, por realizar, na polaridade oposta do maniqueísmo do homem, desta doutrina que oriente o homem e o animal em natureza de bússola e estrela polar, não apolar, branca no pólo ); quando muito, ao invés de esfera, é um esferóide, formal e real, em forma e conteúdo, forma ditada pela substancia; enfim, um traço que demarca uma esferóide, que é a ideia pousada ou realizada, exprimida pela captação da realidade pelos sentidos, oriunda do fenômeno, que traz á baila o mundo natural. Fora disso, o direito é mera tensão ( tensão espaço-tempo ocasionada pelas várias espécies de polaridades : frio-calor, negativo-positivo, velho-novo, macho-fêmea, inércia-movimento... :as maniquéias que movem o universo e o pensamento do homem, mormente para a ciência e tecnologia ) : Tensão ou espaço tenso, intenso com a junção-tempo, que é a polaridade ideal do espaço (senso interno ao homem e animal ), oriunda do pensamento do homem e do animal que percebe com seu aparato inteligente ( seu senso espaço-tempo esticado e "estilingado" nos sentidos tensos), a qual, enquanto captação fenomênica, funciona consoante a vontade que fica entre a idealidade, no homem-geômetra, em curva de esfera perfeita ( circunferencia) e esferóide, ou seja, próxima ao desenho da ideia, que é o desenho geométrico ingênuo-euclidiano da circunferencia : uma inexistência.A circunferencia é uma essência do homem, posta em geometria, pleo homem geométrico, mas não uma existência, não uma tensão no mundo : uma tensão no homem, um dos pólos da maniquéia. O homem e o animal é um dos pólos da maniquéia, que no homem é doutrina, ou enriquecida com doutrina; no animal é senso prático.
A concepção de perfeição, que está no direito e em toda parte, está contextualizada em Aristóteles, ou pode ser contextualizada lendo o filósofo, porquanto é uma concepção dada pelo estagirita ao abordar a circunferencia, que é o " em torno"(per) feito: a circunferencia é um em torno, um anel, que , em natureza, fora do espaço geométrico, se anela esferóide, próxima à idealização da esfera na circunferencia. Este conceito de perfeição nem é uma ideia, mas uma mera descrição da circunferencia, ou seja, um conceito "concebido" na geometria, que é uma língua-linguagem destinada ao simbólico puro, ao espaço-tempo não fenomênico, mas meramente conceptual, intelectual; um puro pensar ou aprimorar o pensar.
A circunferencia dá uma ideia da ideia, da ideia platônica, bem como todas as figuras geométricas. Figuras que se iniciam e finalizam em si mesmo, criando ou abrindo um espaço ou buraco ( negro) e brusco de espaço no espaço, esquecendo ou eliminando o tempo e o mundo real das coisas observadas através da fenomenologia. São paradigmas da abstração ou da capacidade do homem de abstrair através de conceitos desenhados, figurados, ou escritos, em símbolos ou signos. Signos que algumas vezes são símbolos e símbolos que são signos, conforme a escrita hieroglífica ou alfabética.

domingo, 6 de novembro de 2011

NAZCA (wikcionario wiki wik dicionario etimologia enciclopedia )

Nazca monkey.jpg
Uma língua em geóglifos
cantaria na ave...!
- está escrita no pássaro
canta na concepção melódica da ave ...:
e por essa música "geoglifada" na partitura avícola
descreve-a conceituando em genes
na forma do corpo anatômico e fisiológico
geométrico corpo
da ave concebida
quase sem pecado
não fosse a concepção geométrica do ser
que apaga o ente
Essa linguagem em geoglifos
- está escrita no poeta!
porquanto na alma do poeta
canta um idioma em geoglifos!
incrustado no espírito
nada santo
e paradoxalmente todo santo
se não se apegar aos fracionamentos
a revolver o homem em camadas sedimentares
dentro do poeta
o qual sobrevive no interior do homem

Todavia o homem
- o comum dos homens
não tem o poder de ler
em idioma geoglífico
graças aos seus apodos
anodos catodos geodos
e tropos : litote antonomásia
sinédoque hipérbole metonímia
metalepsia perífrase
- graças à Polímnia! :
Musa da retórica
- graças às três graças
e graças à sua graça na garça!
ó garça no paul
branca na vela da luz solar...:
- e graças à sua graça
"Stela" bela
- beta na manhã
alfa à noite

Um idioma em geóglifos
nem pode ser lido
em logos de homem
Somente pode ser ouvido
e lido na lida da escrita
naquele ato de poeta
no vidro da vida
- mas não na literatura do poeta!,
a qual dá à ciência
um pouco da esmola sapiencial
em vocábulos polifônicos
na terminologia de Goethe
Dostoievski-Modigliani
Chopin-Champollion
Platão-Planck
Euclides-Descartes
dentre outros poetas
oriundos do fundo
- do mais profundo
das várias línguas
que são linguagens
metafísicas ou matemáticas
cuja poesia
não pode ser escrita
pintada ou esculpida
senão na alma
do ornitorrinco e do ornitólogo
do macuco e do maluco
que é o homem
( - e somos nós!
poetas soterrados
por camadas geológicas da terra
no corpo e fora do corpo
ao montes nos montes
e pelos montes amontoados
em montanhas e serras e cordilheiras
vincadas pela escrita geoglifica do sol
que não lê em cuneiforme
nem tampouco em hieróglifos
grego copta
ou sânscrito dos sânscritos )

A língua geoglífica
haurida do cosmos
desce ao anjo natural
mensageiro dos poetas
porque tão-somente os poetas vitais
virais e vitalícios
e poetisas tais
( mais que tais! :
a mulher é muito mais vital-viral-vitalícia...)
têm acesso a ela
exposta em estela
ou quando amarela
na folha de outono
escrita ali
ou na asa da borboleta amarela
que passa pelo amarelo
o amarelo-canário ou ouro
pintado no espectro dos olhos
dos pintores impressionistas
à la Claude Monet
um poeta-vaga-lume de luz radiante
- ambiente
( Os cenotes nos permitem
uma leitura geoglífica perfeita
- ali se lê o impacto de um meteorito
contra o solo
que transformou o clima
e apagou-acendeu-ascendeu
a vida na terra
de sob a terra
dos subterrâneos ao solo
ascenderam os mamíferos
e no seu leite viemos nós
os seres do humanismo grego e historial
Essa leitura geoglífica é feita por geólogos
e outros decifradores e enigmas
dessa megalítica pedra de Roseta
que é a terra inteira
não tirante-do-tiritante o mar dos Caraíbas
Outrossim as dolina
diz o mesmo em depressão
- no solo!
a qual caracteriza relevos cársticos :
canhões fluviocársticos lapiás cones cársticos...
- podem ocorrer em rochas dolomíticas )

Contudo não podem escrevê-la
na sua poesia
os poetas
- mas apenas na sua alma!,
porquanto é um código
praticamente intraduzível em outro idioma
apenas passível de versão
em outra linguagem
ou outra língua
enfim, em língua-linguagem
para além de qualquer escrita para leitura e literatura
pois não está arraigada
no depois temporal do verbo
o qual inventa e emite
um tempo para inexistência do homem
- tempo para homem morto
que não tem mais tempo
junto às ervas verdejantes
esparsas nos passos dos caminhos plantados com os pés

A aventura de traduzir
tal língua em vernáculo
ou em qualquer outro código linguístico
ou de linguagem
é algo assim como fazer tradução
do galo para o francês
ou do francês ao galo
- da antiga Gália
onde vivia o gaulês
no geodo do corpo
escrito com genes
em um código de comunicação em geóglifos
- um dentre infinitos códigos de comunicação geoglífica
se há algum infinito
em linguagem matemática "algebricada"
que pensa o todo
e mais que o todo :
o infinito
e o nada
outrossim algebrizado
- o nada que denega tudo
nos atos dos matemáticos
apóstolos dos poetas
e dos filósofos na nadificação
- do nado ao nada
( e do nada ao nado?!... )

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

MULINHA (wikcionario wiki wik dicionario filosofico cientifico enciclopedia britannica )

Na Mulinha de leite
Carlos Drummond de Andrade
lê-escreve-vê
poema de singeleza tal
qual flor ao luar
precariamente iluminada
no nada
nonada
tecendo texto têxtil
dado em textura de lírio lírico
palpável aos olhos
desviados mecanicamente
pelas flores que sopram em trombetas
o vento mecânico
no túnel do vento
escavada pela velocidade da motocicleta
de Valentino Rossi
ou do mártir maco Simoncelli

O leite extraído é o próprio poeta
metido no homem
postado no pasto interno da mente
externo do corpo
e mais externo ainda
em natureza de pastagem
ordenamento natural das ervas
forrageiras no pasto
verdes-pintadas pelas últimas pinceladas da chuva
com mão de luva
e olho na lupa
boca na uva
língua nos dentes...-de-leão...
( upa-upa-cavalinho-alazão!...)
- Dos cupins mais abaixo-das-ervas-daninhas-maninhas-não
no apogeu do voo as abelhas
marimbondos longos-oblongos
com asas-sem-ápice
para "apis" melífera...
Postulante à simplicidade
despojado do laço de si
solto do laço em si
por si ( de per si?! : será?!, seria?!...)
noviço em viço
a olhar horas a fio
desfiando os segundos em oráculos-do-profeta-Isaías
no relógio dos pobres
- ampulheta de terra e água na mescla da massa
que a mulinha é
assim como fora Kant
no girassol ao giro do olho
- do sol nos olhos
e nos abrolhos
do caminhante entre unhas-de-gato
observando almas-de-gato
- que fazem de mim gato-sapato
e por isso não vão para o céu
ao léu do téu-téu
dizendo o que quer
no "quero-quero!" sincero
do Quero-quero querido
aos olhos do poeta
dentro do homem
Aliás, o poeta não é o homem
e o homem não é o poeta
No entanto estão imbricados
e vida é sempre algo imbricado
com mil suturas
( A vida é esse caminhante
em contraponto
ou fuga louca-irisada
de arco-íris de Íris a Ísis
deusa e mulher-personagem
- ambas as "coisas"vistas-descritas-lidas
em literatura-lida-em-hieróglifos
para egiptólogos e linguistas
reescreverem ou descreverem em parábolas
nos olhos leitores-literatos-estetas de Champollion
sábio sobre a pedra de Rosetta
inclinado ao levante
no Egito dos dois deuses
- um na abóbada celeste
outro no Nilo-Egito-terra-e-água-e-crocodilo-do-Nilo
que também é humano ou água-terra-ou-terra-e-água )

A mula
o mulo
o jumento montado por Jesus...
( os cavaleiros do apocalipse
não virão montado em jumenta
na pia oração do profeta Oséias
um Marx bíblico em doçura de utopia
assente em Mórus
mas não nas três Moiras
a fiar na roca os destinos das gentes )

No jumento montavam os reis
para proclamar a paz
( na palavra a farsa da paz)
enquanto os guerreiros
vinham a cavalo
- em cavalo baio
para a batalha final
no Monte Megido
( A batalha ou a guerra
é o chicote cotidiano
nas prisões sociais
instituídas pelo direito dos donos :
empresas, latifúndios, minifúndios, mercados
- negros mercados para necromantes
sob cobertas da noite
ou brandos mercados
com irmandade branca da branda luz
irmanada a nada
que o peixe nada
e a mula manca)
A mula o mulo o jegue
montado pelo nordestino de terra ressequida
sedenta de justiça e glória
( em Graciliano Ramos?! )
cheia de água-de-leite na mulinha de leite
do-poeta-Carlos-Drummond-de-
Andrade
- um leiteiro do imaginário
que prescinde de leiteiro real-ao-social
( o leiteiro é real apenas
enquanto ator em ricto no rito
- nu ao olho da lua
que desbarata a cena
no Maabárata-Mahabarata-Mahabharata
cujo tema nuclear é o tri-varga :
kama artha e dharma
- tudo isso em devanagari )

Sem embargo dos percalços
o poeta está ali
quedo-caído-em-libélula na água
que cerca buritis no olho
dando a umidade relativa-reativa ao ar
pondo água no leite
- com um olho no leite
outro no gato
e um terceiro olho ( "Terciário")
no peixe cobiçado pelo gato-sapato
adrede
( ao método do Karma
ou atos de desapego
ao caminho da devoção ou Bakti
ou à senda da gnosis ou Jñana
na primeira língua antes de todas as cultas
- talvez a mais erudita
e a filosofia originária
onde bebeu o grego
Sócrates bêbado!
- o sânscrito-dos-sânscritos )

Não
a mulinha do leite
nem tampouco o poeta ao longo da margem
dos versos no álveo do Maabárata
à montante e jusante
pensaram nisto tudo
que estava-está-estará escrito no texto
(em ambos os textos
nos contextos )
já antes dele nascer
dar a cara ao sol ou à lua
estrelas ou outras velas
- antes do tataravô do homem
vir à roda da vida
da terra ou do pião
ou vagar remoto em drone-Drummond
vir-a-ser nas encarnações
no mundo...:
- No mundo!,
novo e velho mundo! :
este antigo pião de Tião!
girando a infância na criança
( criança é termo para criação do mundo para os sentidos externos e internos
ao captar os corpos fora do corpo humano
porquanto tudo na terra
é como dentro do homem
- humano! )

sábado, 22 de outubro de 2011

AVE ( wikcionario wik dicionario wiki ave wikipedia etimologia etimologico enciclopedico)

Ouço um pássaro

Cujo clamor

Emite um comunicado

Que urge atender

Parece pungente

Ou apenas ouço assim

Pelo que é doloroso

No espinho espetado no espírito

Pela língua em lança

Numa palavra

Lançada

Ao encontro do atrito do ar


Não vejo a ave

Apenas vejo a pena

Que sinto dela

Sabedor pelo sentido auditivo

Que é ave

Na emissão de voz

Chamando

Ao longo do voo

Em solitude pelo céu

Com mel ou fel

( feldspato! :

Seria um pato!

A voar no ar

E pelo ar

Sinto a pena

Na pena que sinto

No bater do ritmo

Aritmético

No meu ouvido

Sem mel

Mas com cera

De abelha

Que não está em mim

E está sim

No fenômeno

Que acha um meio

De entrar em mim

Enquanto objeto

Que passa pela subjetividade

Plantado dentro

Vegetativo e em sistema binário

Ou ternário na dialética

- sinto pela pena que tenho

A pena na ave

Alma penada

Que não é alma-de-gato

Nem tampouco ave sem pena

Ou cumprindo pena

Tipificada no código penal

Livro de pena

- obra de dor

E de dar dó

Do dó descompassado

Do ser humano

Não tão-somente do que cumpre a pena

Porém muito mais

De quem aplica a pena

E dos que a fazem cumprir

Porquanto uma pena

Mesmo a mais justa

É comprida demais para um homem

Mais comprida para a vítima

E cumprida não só pelo indivíduo

Que perpetrou o crime

Porém por toda a comunidade

Passando pelo meio do direito

E entre as águas

Que separam o policial do juiz

Que unidos

Fazem o judiciário ser )


A ave que ouvi

Pelo som emitido

Em pleno voo

foi percebida

Pelo alarido

Sua solitude

enfatizava a voz

dava-lhe ritmo e melodia

ao canto lamuriento

perpessado com o frio da solidão

que fere exclusivamente o homem

que a lança ao pássaro

do qual tem uma visão formal

na ideia universal

da ave ideal

a navegar no ar

junto às ondas de som

e outras funções elétricas

magnéticas e mecânicas

enfim, outras realidades físicas

e químicas

- e ciências ainda veladas

Em luz e trevas

Silêncio e rumor


O pássaro ouvido

Ouvi e não ouço mais

No som que vem em carrilhão

No ouvido atuante no tempo

( no ouvido enquanto ator temporal )

Todavia embora não ouça

No tempo agora

- agora escrito

Ou no tempo em que escrevo

Que é neste instante

Na última letra da palavra

Aqui posta em ser

Para expressar o ser

Que é o que homem vê

Sente com todos os sentidos

pois o põe e o conhece

Reconhece

Como se reconhece o homem

Na fotografia...


A ave ouvida

Não escuto mais

Com os ouvidos no tempo

Que é hoje e agora

Na hora da hora

Ou antes disso

No minuto do minuto

( ou da minuta?!... )

E antes do minuto

No segundo do segundo

Mais : antes do segundo do segundo

E do que se segue

Em rumo incerto

- inserto no infinito?!


A ave misteriosa

Coberta nas penas

Não ouço mais

Fora de mim

- No entanto

Dentro de mim

Ouça-a agora mesmo!

- no claro de seu clarim!

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

CHAGALL (autorretrato, bella, con cuello blanco, con siete dedos, con pinceles,Davi, El canto )

Olhar a obra de Chagall
é um desafio poético
além de pictural
- uma invasão à filosofia vegetal do artista
pela decodificação do pensamento vegetativo
do poeta plantado em jardim próprio
- próprio Jardim do Éden e das Hespérides
ambos silvestres dentro do corpo pensante do poeta plástico
- corpo de fauno
para não titubear na semiótica
quando da leitura e posterior escritura
dos geóglifos individuados em cada ser
pelas circunstâncias naturais
e o contexto historial do indivíduo
que é tão único
que não se pode buscar o homem morto
nos rastos de seus filhos na aurora
ou na noite tenebrosa
porquanto os filhos possuem dele
e postam dele no ser
um pedaço desprezível e amuado daquele ser
que na filha vira em muxoxo feminino
pois na reencarnação possível
na graça da escrita genética
o karma é outro
- outros atos e fatos
fazem um ser
que guarda do homem morto
apenas o rasgar do espelho na água

Observar a pintura do artista surreal
é proceder a uma devassa no espírito do filósofo
o qual tem o poder de minorar ou majorar a engenharia na vida
porém não tem poder algum sobre a vida
assente na planta da alma
nem quaisquer recursos contra ou a favor
dos ventos que sopram a alma para o interior da árvore da vida
( a árvore em ritmo de folhas e inflorescências
dentro do corpo humano
que é outrossim um corpo de fauno
meio a meio em anatomia e fisiologia para homem e fauno
- sopra de dentro do anjo que está dentro da forma arbustiva
herbácea ou arbórea
ventos para tocar o veleiro alegórico de Salvador Dali
- que é salvador dali
mas está sempre aqui
- no coração do fauno
o qual é a vida ou alma vegetal
alma em vegetação ou Flora
e na mixórdia do mito
- rito bizantino responsável pela mescla massiva
que faz o animal e o homem
emergindo do corpo anatômico e fisiológico do animal
desenhando a geometria no corpo metafórico do fauno
nos projetos em debuxos e gravados
que faz a poesia nascer
na alma do poeta
- e com a poesia se desenha o corpo humano
anatômico e filosófico
fisiológico e científico
( A poesia é uma clorofila em verde
impregnada na alma do ser humano
e uma pérgula com um anjo azul
e outro anjo sorrindo surrealista
na alma de Salvador Dali

Ah! e a queda do anjo!
com anjo feminil de Chagall em queda livre
com todo o entorno tecendo as circunstâncias :
- com um violino mudo
sem mãos de violinista que o toque
baqueta em cruz
( tudo desenhando um pré-violinista
filho da álgebra árabe
e da geometria grega
duas filosofias para as artes )
violino cruzado-cristão!
ou em cruz sobre o túmulo da música
na estrada cristã
pois a cruz é uma asa desajeitada
que os incautos imaginam que tem a capacidade de voar
além das águias e do falcão peregrino
grudar céu no azul
- no alto azul )

Sol amarelo
vela pálida
burro lívido
mulher com criança ao colo
Cristo crucificado
transeuntes basbaques
com a aldeia ao fundo
casas tortas embriagadas
em passo trôpego de ébrio
que chega da noite pelo rasto alvo da manhã
refletida no orvalho hialino
e figuras negras se retorcendo nas trevas
atrás do feminil anjo escarlate
em túnica carmesim
caindo da altura do céu
- do céu da alma de Marc Chagall!
poeta plástico )

Pairar com o olhar mergulhado sobre a obra de Chagall
é um desafio estético e sapiencial
não de mergulhão
com o cérebro nadando no sangue do peixe
( mergulhão-de-alaotra
ou grebe-de-alaotra
mergulhão-de-touca... )
e procedendo a um périplo pelas Antilhas
respirando água e terras ilhadas
no mar do Caribe ou dos Caraíbas
que foram extintos pelos arrivistas )

Por os pés dos olhos nos caminhos pictográficos de Chagall
é uma invasão bárbara à gnoseologia do autor
empreendida pelo pensamento vegetativo
do poeta aberto ao espaço e tempo da vida
- uma devassa na alma do artista
que fica num enclave entre o vegetal
e o sistema nervoso vegetativo
que desvela o universo em poesia
e a vida em glicose
com uma simplicidade e de uma forma tão versátil
com versos em hemistíquio
e melodia em cacofonia para diatribe
( Alma é flora e fauno
e não o avantesma cristão
- velado abantesma! )

Admirar a obra de Chagall
é observar o homem morto
emaranhado em sua criação
retratado nas suas invenções
codificado na vida
através de signos e símbolos
que fabrica a linguagem poética e matemática
ambas em lógicas diversas
para cada sistema encefálico :
o sistema nervoso central
e o sistema nervoso autônomo
dois modos de pensar
sendo s sabedoria concernente ao sistema vegetal
e o conhecimento ao sistema nervoso central
que limita o ser humano à razão e sensibilidade
( sistema canhestro e anti-fauno )

O artista é irracional
pleno do fauno
quando grafa e pinta a poesia plástica
em sua obra de arte
submetida às normas de uma gramática
que atravessa o imaginário
- arraigado na raiz
que bebe do pensamento em terra
onde está a erva assente
( As ervas andarilhas
são amazonas galopando na ventania
à revelia da credulidade dos estultos
porquanto são filósofas cínicas
compêndios e enciclopédias vivas
com o sistema nervoso autônomo
simpático e parassimpático
que pensa a alma dentro de uma arquitetura
a qual realizam na estrutura de uma engenharia
para ervas formas arbustivas lianas trepadeiras em pérgulas
e outros agentes vegetais
que sintetizam e mantêm a vida
enquanto houver alma na atmosfera
e não sobrarem apenas as bactérias anaeróbicas
- as quais não respiram por alma
ou não captam a alma
nas camadas do ar

As ervas peregrinas
são cépticas no que tange ao Apocalipse
e outros eventos-sonhos ou pesadelos
que pesam nas pálpebras do homem que dorme
- quase como o homem morto
que será um dia
ou noite sobre o dorso do negro corcel a galope desenfreado
levado para nenhum apocalipse real
porém apenas para um ritual em teatro
- sempre religioso é o teatro
a cantar o bode ou Pã
ou outra encarnação mítica
que a miragem do homem no deserto
faz crer real )

Nietzsche transcreveu
num racionalismo irracional
sobre o que há de radical na tragédia
pois a vida é trágica
irracional e vegetal
e pensa a alma pelo método vegetativo
que é uma bifurcação do pensamento
nas terras conquistadas pela floresta das amazonas
- pela amazona que cavalga e apeia da lenda
numa versão feminina de Alexandre Magno
cavaleiro originário da "Magna Grécia"
cuja onomástica não tem compromisso com a historiografia
ou quaisquer outras ares de ciência
sem licença poética

O poeta é irracional
no que põe o ser em hieróglifos
sob forma de poesia
ou vegetação interior
- arraigada ao solo
e aos símbolos nos geóglifos
que dança a dança das três Graças de Canova na poesia
Empunhando o clarinete
bebe o pensamento da terra
que Nietzsche transcreveu
numa racionalização do irracional
posto na solenidade dramática do ritual trágico
pois a vida é tragédia irracional cantada em coro
e vegetal em soro

O vate pensa a alma pelo método vegetativo
sendo o filósofo natural
propagando a filosofia do sistema nervoso vegetativo
esparso na inflação das ervas
exércitos que tomam tudo de assalto
- até a alma
que é uma parte de erva no fauno
( O irracionalismo do filólogo e filósofo alemão
tem um quê de vegetativo
Aliás, é todo o pensamento vegetal profundo
- um pensar vegetal ou vital
a perambular pelo corpo do fauno na vida
e na alma pagã
- que é a vida em verde )

O artista é racional entretanto
ao se utilizar do conhecimento erudito
que é uma forma mitigada
do pensamento vegetativo
mais ancho e criativo
- pensamento criador
( O criador está no núcleo deste pensamento
arraigado nas ervas do sistema nervoso vegetativo ou autônomo
que cuida de manter a alma viva e pensante
na criança com a primavera no corpo
no jovem na intersecção com o fauno
a flora ninfas nereidas
Afrodite Calipígia
Vênus de Milo...
No que tange a lira lírica
concernente ao adulto e ao velho
com a devastação do inverno
e o advento do outono amarelo
- amarelo cavalo do Apocalipse da amazona
com inflorescências amarelas em clarim e trombeta
ressequidas floradas no fim do lilás
do saxofone em fim de improviso musical
a soprar anjos que caem
no tombar das folhas decíduas
de planta caducifólia... )

Ler a obra de um artista
é um trabalho ingente
porquanto demanda uma leitura bifurcada
que se estende da leitura viva do leitor
à leitura morta do poeta
que levou consigo todo um tempo irrecuperável
debaixo do rosto de hera e lodo
que a chuva trouxe
e semeou ao pé do jazigo triste
- de uma melancolia inenarrável
em cada gesto dos operários que o erigiu
ou nas palavras piando desamparadas na lapide
- palavras perdidas
que lembram uma ave perdida de sua mãe
a piar desesperadamente
- o inútil pio do pio ser
( do Pio Papa! )
desenhado por toda a parte
sempre na forma da "Piedade" expressa por Micheangelo Buonarotti
que vaticina toda a dor da vida
com Maria Pia
pranteando o homem morto
no filho morto
- morto em Cristo!
...para a morte eterna

Chagall apenas se lê
e se torna surreal
no canto do galo
quando a alma vem em olhos de quem lê
- de quem abre os olhos dos signos e símbolos
na manhã álacre com o passo no pássaro
que canta todo o candor impresso na barra da alva
ou na flor de laranjeira
flutuantes na alma vegetal das noivas do pintor
( Alma é sempre vegetal
- glicosídeo que sustem a vida
em sintonia fina com o significado em latim )

O pintor da aldeia russa
executou muitos poemas plásticos
com um violino de violinista azul
para acessar o que é celeste em Paganini ou Mendelssohn
e outro violino de violista verde
pastoreando rebanhos de ervas com o vento
em suas pastorais em silêncio áureo
- na calada da noite severa
onde se enredou a tragédia do homem morto
no silêncio do respirar dos violinos
- interlúdio
( Um Stradivarius e um Amati de Cremona )

Chagall é o homem morto
o não-ser universal do homem
que vem do escuro ao lume
e vai de volta da luz ao mar de trevas noturnas
aonde não estava nem era antes de nascer
usufruir do natal
e da curta vida de caramujo
com toda a gravidade de Atlas às costas
na costa do Atlântico ou do Pacífico oceano
- mar oceano

O homem morto eu conheço
ou reconheci na máscara mortuária de meu pai
na mortalha de alguns amigos
em peregrinação ao Hades
descendo ao Seol

Todavia a mulher morta
não conheci senão uma :
- minha avó!
Ela é a Ofélia de Hamlet pintada por Shakespeare
nos quadros com noivas de Chagall
- noivas da vida e da morte
consoante esteja a flor de laranjeira
com alma de perfume desde a barra da alva
fechando os olhos belos e jovens da noiva
com o orgasmo nupcial
após o coito subsequente ao matrimônio na aldeia russa
ou então os olhos vidrados
a contemplar a escuridão inicial e final
na solidão do espasmo da morte
- dançando com um miosótis!...

O homem morto
- a mulher morta
nesta ladainha social
é mais presente e atuante intelectualmente
ou espiritualmente
se o veículo for a religião
do que o homem vivo
- nós que estamos "por aqui!"
( imagine o gesto sugerindo cortar o pescoço
ou se preferir a cabeça dada ao carrasco )
ainda andando em pré-morte
empós o pré-natal
subjugados aos vivos capitães
aos respectivos cônjuges
que se agriolham mutuamente
( casamento putativo! )
e até aos mortos com fundo fóssil
são outros tantos capitães ou capelães
- para cobrir a cabeça
e não ousar descobrir nunca

O mundo vive do medo
que inculcam ao indivíduo
e o indivíduo é o mundo
- o universo preclaro-estelar
e tudo o mais que salta aos olhos
e cabe ouvidos adentro
- tudo que escuta ao percurtir nos ossos do martelo e da bigorna
do ferreiro em oficina no ouvido interno
que temos e somos Vulcanos auditivos
- e tudo o mais que avança e toma de assalto
o cosmos e a cosmologia
a cosmética e a cosmogonia
com a legião de captores de cheiros à frente
armada em infantaria no cavalete de cartilagem do nariz
( as narinas a resfolegar
qual corcel bravio na batalha do apocalipse
a abrir a flor em fragrâncias
em Guerras Púnicas )
- a tez que cobre o frio em corpo
( encorpado xarope com uva para o tinto das coisas
invisíveis de outro modo
- tirantes ao insensível
que viaja vago no espectro
mas não nos olhos em viés geométrico não-euclidiano )
e experiencia a tepidez da manhã anã amarela
tímida ao ser suspensa no azul
e cuja experiência experiencia ela própria
useira e vezeira da doutrina do empirismo
e no ato de auto-experenciar )
que ronda o espírito humano

Tudo e todos é o indivíduo
e não existe mais nada
excepto a nadidade
dada pelo indivíduo
posta ou postada pelo indivíduo
único ser e ente ser solitário no mundo
entre entes
- é um solipsismo de eremita
condenado a uma solidão
insulado na ilha que é
Robinson Crusoé em melancolia perene

Tudo o que está na existência é o indivíduo
- inúmeros deles isolados em si
presos à ilha de dentro
pois há miríades de indivíduos!
- e o sentido da gustação
é a ciência que demonstra num teorema de gastronomia
que tão-somente existe o indivíduo
de onde parte tudo
e nasce o mundo social e o universo
até o dia da morte de qualquer um dos indivíduos
- cada um prova o seu bocado
isoladamente
insulado no arquipélago do sabor individual
que é incomunicável