Se eu
mensurasse o amar,
Que é o
amor,
Livre nas
escumas do mar
A mascar tudo
aquilo fora de silo
Que nasce
atrás dos montes
E Trás-os-montes na garupa do jumentinho
A fim de desmontá-los
em Cristo-crítico,
Eu não
ousaria trair os montes
Nem os
bondes
Enquanto os
desgasta o gato
Que grato
não é,
Assim como mulher
de fé
É não-ser
mulher
Num filosófico
não-ser na fé!
- Se eu dimensionasse
o amor a mar
Ao tamanho
dos topônimos por onde passe
O meu passo,
Sítios onde ele
nasce
E por onde
pasce
Com o gado
miúdo,
E o gado
graúdo
Desancariam
na garanta do cânion(cânion),
Caros ao
cânion.
Se fizesse
isso pelo meu ego gramatical,
Colocá-lo-ia
em egolatria
Na dimensão
da geometria
Que ardia na
triagem de uma esquadria
No átrio do
trio
Sem ternura
anura
Da divindade
teologal,
Teológica...:
em teologismo, enfim!,
Fundada em
triângulo pitagórico,
Algo
alegórico,
Com
postulados e axiomas,
Que são
teses e eixos
Onde se
plantam as idéias
Em seus
caminhos axiais,
Axiomáticos,
matemáticos, áticos
Nos
pensamentos que criaram
Uma Ática
fora das artérias
Da geografia
de Estrabão,
bom geógrafo grego
Que não
estava lá em vão
Plantado no
protozoário,
Proto-animal
em andamento
E andante
melódico por algum algoritmo
Que dê ritmo
ao momento vento e movimento
Ou moto em
ciclo Otto
Embutido em
vida de uma planta
Ou duas
pitagóricas mandrágoras
Agora na
ágora
Que se
atravessa pelo correr do espermatozóide
Pelo que
pode os “podos”
Ou o
balouçar da cauda
Em corrida
maluca até a casca do ovo, óvulo,
Que é uma
floresta
Grunhida de
Flora divina e vegetal,
Vegetativa
como o é a vida,
Que embrulha
o leite e o mel
No pensamento
que verte,
Verde como
um violinista verde
Tocando a
Marc Chagall
Quase no
pau! – e na cantora Gal –
( Tudo isso,
isto, nada mal.
Que tal, - quitute?)
E suas bem-aventuradas
amadas
em vôo nupcial
Com zangões
e algoritmos
Que dançam
com o vento
A dança do
ventre livre,
Que por aqui
foi assim
Diferente da
Arábia
E sem
arabescos elucubrando
Uma
geometria de outra mestria.
A geometria
é uma medida
Que, em
verdade, mensura
Duas medidas espaçais:
A altura e o
comprimento.
Assim macho
e fêmea
Feitos para
o encaixe, o enlaçamento,
A junção que
os une
Nem determinado
tempo
E num ser de
Ordem Terceira,
Um “Emanuel”
bíblico...
A geometria
com suas duas medidas
Ou dimensões
espaciais,
Domina o
espaço abstrato ou intuitivo
Com reta
horizontal
Cortada ao
meio por uma reta vertical,
Ambas
ilhadas do tempo e do espaço
Livres na
mente que as risca
Fora de
qualquer possibilidade de risco
( toodos os
riscos estão em riso
Na geometria
euclidiana,
Que é uma
Ana...
Nos anis da
casa do cronista).
Com
Euclides, essas medidas duais
Dão dois
triângulos
Ou, quiça,
quatro,
Se se mirar
nas matemáticas
Que
fundamenta a quadratura
Em 1 por 1
ou 1 sobre 1,
Que
representa a abstração
De toda a
realidade,
Quer seja
atômica, subatômica ou cosmológica.
Esta a razão
matemática.
A algébrica
vai mais fundo
E
extravasava os limites insipientes
Da própria
abstração
Pelo uso das
expressões literais,
Que
representam muito mais
Do que o
universo é
Ou pode ser
no multiverso,
Se os há
Para o
exterior da equação
Que o
prepara e desenha
Na planta do
arquiteto de abantesmas teóricos
da física
quântica e da álgebra
que desenha
a zebra
que nunca
existia,
senão assim
mensurada
e posta a
existir
no multiverso matemático-algébrico
realizado
plenamente pela mente
que o quer
corroborar
com o espaço
natural
que é o que
o prova
com sua
língua bicada por enzimas.
A paixão do
amor,
O ‘pathos” e
pacto do amor
Vai dessa
dimensão
Para a
terceira mensuração
Que é
acrescida
Com a
matéria
Que veste a
Inteligência
Com carne e
osso
E outros
petrechos.
Amar no
Baixo Mondego,
No Alto
Tejo,
No Baixo
Tejo,
No estuário
do Tejo,
Aonde podem
dar navios vikings
Que rompam
as amarras das velas
Dos apaixonados
que somos,
Dos
enamorados da vida
E dos
apetites que nos traz a vida
em quitutes
e quindins,
E nos levem
leves
Do Tejo ao
Guadalquivir que vir
Donde tem
que vir,
Vir-a-ser,
em sentido heraclítico,
Aguada de
Alentejo,
Água ardente
sem ardentias de mar,
Que vai dar
em Condeixa-a-Velha,
Pois
Condeixa-a-Nova
É a terra
destas novas ovas
Para peixe
sem queixa
Nas suas endechas
Que deixa
afiadas as madeixas
Que deixas
ao acaso
Caso a caso
No acaso e
ocaso
Do acasalamento
Que nem sempre é nu
Como nu não
é o anu
Mas no sim
Copado dos
arvoredos,
Poeta : Quevedo...,
Bebida e pão
: levedo...
( o no e o
nu
Não alertam
a urutu,
Mas sim tu
Que come
tutu,
Florípedes...
Florada no
estio...)
Movidos por vento
nas ventas,
Nos foles ao
centro da sanfona
Que por
cento
E por cento
Está em cem por cento
Certo do
porcentual atual
Nas tantas
tontas vezes
Que a ventania afia
Cem e tantas
vezes por dia
A faca que amola
No amolador
nu
Em Esparta,
Que os
espartanos
Eram assim
lacedemônios
Sem demônios
cristãos
A pentear seus cabelos belos
No anelo já
Quando ainda
em genes alelos
E versos
paralelos
Luares
amarelos
À moda ou
maneira
Da geometria
dos paralelogramos
E fractais
nos gamos,
Vegetais que
tais,
Tudo fracionado
Ao Longo de
Dão-Lafões esconsos,
De Vilarinho
da Castanheira,
De Freixo de
Espada à Cinta,
Vila Nova de
Foz Côa...
E outros
topônimos em solama
De freguesias portuguesas
Com
framboesas às mesas
Avessas ao
vezo do peso
Com que leso
o leso
Em sua
leseira proveniente de Leiria.
Província?
Aonde quero
ir por mar....
A mar... ao mar...- por mar ir
( e rir ao
ir remar...
Para tentar
a mar
E à terra à
vista
- amar!!!...
)
- e ir
direito e reto
Dar em mar
Pelas águas
dos ribeiros
Ordeiros a
zanzar
Sem
transgredir o ir e vir
Serpenteando,
ziguezagueando
Pelas terras
de Portugal
( em
serpentes de água viva)
Aspirando
achar a rutilar
Uma beta estrela consternada,
Que, por
ser, tal qual eu, eremita,
Cintila consternada por estar constelada
Ou junto à
costela
De uma filha
de Eva
Para a qual
Deus
Deu uma de
ladrão
E a costela
roubou-ma,
Levou-ma em
má hora,
Com má
catadura,
Uma
carantonha tristonha de cegonha,
Abusando de violência cirúrgica...
Logo comigo
Cujo anelo é
pela estrela
Em constelação
de Camelopardalis
Em alta na
alfa,
E beta, iota
ou teta na posição
Mais baixa
Da hierarquia mensurada em magnitude do brilho
Da estrela
teta de Auriga
Que Deus
socou na abóbada plúmbea,
Sem doçura e
graça de pomba
Que traz a
paz no ramo herbáceo
Colhido pelo
bico
- “bico doce” da Paloma
Eivado de
mel e siso
Isento da
tortuosa senda
Por onde
passa a autoridade
Que sempre
desleixa
No que aos
demais deixa
Em Condeixa-a-Velha,
Uma velha
gueixa,
Vetusta
senhora,
Que ora é
Nossa Senhora,
A qual ora
sim ora não
Ora-pro-nobis
virtuais
pecadores
em horas e a
desoras
Inserta em
Dores,
Quiçá do
Indaiá,
E ora é uma
mulher madura
Com pendores
filosóficos,
E, portanto,
mui Senhora de si,
Dona de sua
liberdade,
Madonna sem
Rafael Sanzio,
Coisa mui
difícil
Para se
achar ou achacar a uma dama,
Pois é mais
cômodo
Ser dona dos
outros
E de outras
mulheres subalternas,
Do que
prover a autocracia em si,
Ser dona dos
seus pensamentos
E altiva
ante o mundo
Constituído
pelo karma dos baixos,
Dos anões no
poder,
pois todos
os que estão o poder
são mero
anões
que nada podem
fazer ou
pensar
pois não há
entre eles,
exceto a
“Branca de Neve” pálida
nem um homem
- “Faber”,
na fábrica de mel
regurgitado pela abelha,
Nem “Sapiens
sapiens sapiens”
Nem pulo no sapo
Salto no
escuro da rã
De
saltimbanco sobre si,
Funâmbulo
sobre a corda-bamba
e muito
menos sobre os outros,
que são em
demasia
muitos e
sempre demais,
mormente
para alimentar despesas de moréias,
lampreias,
aléias...
porquanto todos
esses seres estropiados
Não estão em
si
Existindo
sem vida
E sem sinais de vida intelectual mínima,
Máxime em estultícia,
Frivolidades
que os movem para a anti-sensilidade
Ou sensação
falsa, pieguice,
Fundados em
sentimentalismo barato e gasto
Que os
coloca fora de si, tolhidos tolos
e colhidos por morte súbita da mente,
de mente
demente, débil, sub-reptícia serpe...
( Não do
Serpentário
Em
constelação no espaço sideral)
- vez que de
vez
Já padecem
de uma moléstia descurada
Pelo
descaramento; a saber :
Sofrem de falência
múltipla
Do menino
que foram
Morto e
sepultado em quase vida
do homem ou
mulher
que
desistiram de ser
em função de
seu caráter raquítico,
sifilítico,
esquizóide, paranóide...
e por medo
do amor,
da paixão
que é o “pathos”
que leva o
homem e a mulher
à sapiência
e ao labor fabril.
Os
debilitados pela praga da hipocrisia,
Que é uma
forma da covardia,
Exímios são
em atitudes com trejeitos de palhaços
Quando ricos
bonachões...
É em função
de seu pseudo-poder
Que o mundo,
que poderia ser
Domínio dos
homens,
Não apenas
nas linguagens das matemáticas,
está sempre falido
de poder,
sitiado pelo
comando do dinheiro
e outras
mitomanias com melancias
elucubradas
e executadas por insanos,
pois os
sábios evitam
exercer
qualquer poderio sobre outrem,
mormente
porque não se arrogam
sabedoria alguma
e conhecem
que o domínio
é mais
matemático que a matemática
e sobre si :
nunca sobre
o outro
que,
destarte, sob poderio naval,
anulam-se e
se tornam um peso
para toda a
comunidade carregar à costas
como um
pesado fardo,
do qual
Jesus, com saber,
mas sem poder,
queria nos
aliviar.
Jesus
desejava ser o burro de carga!
Ora,
senhores e senhoras das horas e orações!
Quem sabe a
mar
não se
inflama por poder :
ama e vive
em paz
a amar o mar
da mulher
que é o mar
com frutos
de mar
e outras
iguarias!
Ao amar de
mar a mar
até marejar
os olhos...
não encontra
lugar
pelo qual
queira lutar,
brigar ou
matar-se
na catarse
do teatro grego,
gregário,
gregoriano...
E quanto à mulher
Que se tiver
E se
dispuser
A por outro
Zé
Neste
mundão,
Não há
mister
de ser moça ou
de ter
carne dura
ou carnadura;
basta por carnação
em filho ou filha...
para achar o
mar
de um menino
ou uma menina
achatado,
achacado nos olhos
do homem que
ama
e a ama
mama por
mãe,
sem medo de
lama,
Lana ou
lamúrias
Em lendas de
Lemúria
Ou outras cúrias
curiais
Que não se
achacam em lêmures.
Quem sabe –
Sabe a mar –
A mar interior
Que corre
nas veias cavas
Que cavam a
aorta,
Planta no
horto,
E não deixa
uma deixa sequer
Para o mar
se revoltar
E lamber uma
doença auto-imune
Que
enlouqueceu Ismália,
Enfermiça ou
mal descrito
Pelo poeta,
escritor
Aphonsus Guimarães.
Uma ou
mais de uma Ismália
Que mora na gente,
Com outras
demências,
Que são
descritas sem poesia,
Por médicos
frios como o cadáver
E apogéticos da demência como Alzheimer,
Descritor de
um mal que acomete o ser humano
Na idade
provecta : o mal de Alzeimar...
Que ocorre
quando a Ismália interior
Fica douda de
pedra
E vendo por
fora a lua
Refletida no
mar,
Alongado do
foro íntimo
Para o foro
comum
- quando
ela, a louca Ismália que nos tornamos
Ou que
emerge a qualquer tempo,
Mormente em
tempo de Alzheimer,
Que é um
tempo cego,
Que não vê
Cristo
E Pedro
pedra,
Ao receber o
tributo do sangue,
do mar de dentro,
que é corpo
humano
em
leito ou álveo de veias e artérias
do rio ou
mar interno
onde se
banha a fisiologia
e a
fisioterapeuta em delta e teuta sabedoria,
riacho, acho
eu,
A jusante e
heracliticamente explícito,
Ela, a louca
dentro d’alma,
De chofre revira os olhos possuídos em lança
E lança a
carne crua viva
Ao mar exterior,
com a goela gulosa
Arreganhada
pela sanha suicida inconsciente
E, então, se
arroja ao mar externo
Num mergulho
de pedregulho...
E o mar
detido em água
Devora-a em
um dos seus redemoinhos,
Como se fora
ela
De fora
olhando
Um rio que de montante veio a jusante
A cavaleiro da
foz
Sua algoz.
O mar do albatroz
E de outras
procelárias
Caras aos
olhos d’água
Que me
escapam em chuvisco
Com gosto de
petisco
Para o qual
pisco
Quando meu
papel
É o de
cafajeste
Com gesto e
quepe
Gosto e Jeep.
O oceano da
procela
Processa e
cessa
A carnação e
a encarnação
Da insana.
Sepulta-a.
Por
isso, e antes que isso suceda!,
Cedo ou
tarde,
Enquanto
arde a chama
No altar ou
nas aras
Daquele que
nasce do amor
Para amar e
ser amado
Quer e
precisa
De um seu
espaço e tempo
Precisamente
para poder exercer
O breve convívio no tempo
E no exíguo espaço,
Que é um
tempo móvel
De ser o ser
Antes do
ente
Que vem de
antemão
E de per si
Na hora
heraclítica
De
atravessar a água
Que se parte
rápida,
Desmantela a
tela breve da química,
Que tece
duas letras e um numeral,
Que nada são
e que volta
A dar voltas
no nada
Num átimo da
Ática,
Porquanto a
ânsia de não-ser
Que está no
ser
E lava as
gelosias,
É maior que
o gozo de ser
Por
milionésimos de segundos
Num íon positivo ou negativo
Em pura ansiedade
do não-ser
de logo voltar a ser
Que perpassa
o ente,
Entre o ser
e o nada, - o nado! - ,
Pois somente o ente, - doente - ,
Sempre-vivo às portas da morte súbita,
Manifesta-se
à mente
E ao corpo
quente
Em leitura
de universo,
Literatura
para multiverso
Desvelar o
enigma
Que se
esparge em fenômenos
E não menos
que noumenos:
Nomes,
números
E outros
signos e símbolos
Que fazem o
homem ser língua e linguagem
Para dizer o
ente e o ser,
Que, ainda
hoje,
Somente foi
dito
E bendito em
grego de Aristóteles,
Heráclito,
Platão, Sócrates, Sófocles...
Sofonias,
Abdias, Zacarias
E algum
outro às de copas ou paus
Do baralho
que embaralha a profecia
- pode ser
Jeremias, - se mias tu
Respirando
os miasmas... com asma -,
De quem
pasma
Neste poema
sem fantasma
Ou deles
lotado.
Todavia, quem
não ama
Não mama na
mama
E, por isso
e por outras,
Assopra,
assua um profuso ódio
Da ode que
anima
Ou dá alma
com malva
Aos amantes em ruptura
Absoluta com
o dissoluto e o obsoleto,
Amotinados
contra o luto,
A luta e o lufa-lufa infame
Que se trava
na trave
Que enfeia o
olho do hipócrita caviloso
E ferido
pela flecha certeira do desamor
Que inspira
e expira de si
Ao tossir em
tísico soprano
E sopro de
saxofone
Que come o
ar
E a fome do
telefone
Que fona com
fonaudiólogo
Em diálogo
ideológico lógico...
Com ciente
paciente.
Ente em
frente ao front
Que afronta
na fronha...
Quem ama
Não concebe
karma,
Nem Karma
constitui
Como passivo
de atos
No balanço
ou balouço
Do mercado
negro do amor denegrido.
Quem ama não
está na roda do karma:
Está na roda
da fortuna,
Sempre
mutável :
Roleta russa,
Tito ouvido,
o ouvido...
Quem ama
pode tudo,
Pede tudo
E livre e
leve fica,
Pois não
constituirá karma algum,
Vez que karma
nada é
Senão doença
auto-imune
Que o organismo
fabrica
( o homem é
“faber” : “homo faber”
E não “Sapiens sapiens sapiens”,
Senão poucos dentre nós,
Predadores
de vós,
Da voz do
povo
E de Deus, o
velho,
O pobre
surdo-mudo
Que aspira
ao suicídio.
O homem com
deficiência ( ou eficiência?)
Autoimune, anela ardentemente pela morte
E não hesita em se matar
Pouco e
pouco,
Quando não
pode
Matar ao
próximo
Que lhe atormenta,
Mas nunca
por remorso
( ele até
remoça!)
Ao estar com a mulher do próximo
Nos seus
braços,
Enlaçada em
sua paixão fervilhante,
Pois é assim
que se reinventa
E faz a
reinvenção do amor,
Algo que é
mais
Que todo o
belo
E mais
valioso que Deus
E os deuses
barrentos
Dos
barrancos do rio São Francisco
Quando desce
e sobe as encostas das orlas fluviais.
A mulher do outro
Por ele
amada
Desconstrói o karma
Através do
amor
Que
atravessa com uma flecha
O coração de
Cupido,
De Eros e de
Vênus,
A venérea e
veneranda mãe do amor
E do homem e
da mulher vivos
E felizes
para sempre
Enquanto
houver amar
Com lenha
para queimar
Na indústria
dos filhos:
Outra
carnação que se encarna de si,
Do
lovelace... – que lace o touro
E a vaca
leiteira.
Jesus já
ensinara
E assinalara
o apóstolo Paulo, preclaramente,
Que o amor
revoga a lei,
O amor de
Cristo e o seu
- em união
com a paixão lúbrica
Da mulher
que ama com fervor,
Pois o amor
tomou o lugar da lei
Quando aquela
foi cumprida
E ,
destarte, o amor encetou
Um nova tempo,
Nova era nas
relações humanas
Com a
parúsia
Que traz o
imperador
E a
imperatriz,
que não
passavam
de atos
teatrais dos donos do mundo
e que, após
o advento da Era do Amor,
depois da
Paixão de Cristo e dos amantes livres,
do homem e
da mulher vivos
que,
individualmente ressuscitaram
dentre todos
os mortos da Era Pretérita
que deram
muitos passos
à frente dos
paços
fato que os
libertou do jugo dos paços imperiais
sincopados
pelo rei e imperador,
que usurpavam o poderio do homem
enquanto ser individual,
qual ainda o fazem os presidentes,
juízes,
ministros, desembargadores
e outras
fábricas de doces
abertas na lata de lixo...
então vieram e viveram,
reviveram os conjurados
e se
livraram dos grilhões da lei:
Reis,
imperadores
e Deus nos
céus
com sua
altivez
sem tez ou
vez.
Hoje são persistentes presidentes...
e outros
sub-seres subservientes
à casa da
moeda
armados até
os dentes
contra o
poder e liberdade do ser individual.
Ora! Todo
esse motim se deu
Graças à
bem-aventurança
Do tempo do amor,
Era da
Paixão,
Pois depois
da Paixão de Cristo,
Que foi um
drama metafórico
Dado para
despertar o homem na aurora,
Com a cora
com que cora
A face de
vergonha ante tanta submissão!
- Era que já
estava brava
Nas bravatas
das borboletas
Que adejavam
pelas Ilhas Bem-Aventuradas!
Entrementes,
fora da curva da metáfora,
Da alegoria,
da aleivosia, da esperança
Sempre vã
Nada mudou :
O mundo não
muda,
Deus é mudo,
Surdo e
autista notório,
Conquanto o
ocultem as religiões
De magos
vigaristas eivadas
E por esses
trapaceiros comandadas
À maneira
comanche de ser
Do homem sem
manche,
Com mancha
no Canal da Mancha...
Por outro
lado,
A natureza
se repete
Num “eterno
retorno”,
Que nem é
eterno,
Pois eterno
é terno conceito,
Mero termo
enfermo
Instrumento
e deleite para a linguagem
Alimentar a esperança
E brindar o mísero ser humano
Com a
caridade,
Palavra
latina para designar
Um tipo de
amor inútil
Mas que se
pensa guapo,
Conquanto
seja, de fato, apenas inexistente,
- que o amor
inato é Eros
Na vigência
do qual a paixão
Fugaz,
feral, lucífera
tem pacto para pegar
E por em
chamas
A fogosa Vênus,
Deusa em
carne de mulher bem-amada
Que propicia
a saciedade ao seu amado
Por um breve
instante de orgasmo
Nos espasmos
do acasalamento
- Que não
lamento! -
E ninguém o
faz,
exceto os
falsários despossuídos de si,
puídos pela
hipocrisia crassa,
que grassa
até na graça
de uma
religião mendaz,
cuja cabeça
está cortada
ou decepada
pelo verdugo
que,
destarte, liberam
Os entes de maus bofes,
Os
falaciosos, os degenerados,
Os
decrépitos com o pito à boca:
Todos,
enfim, que padecem
Da fadiga de
viver
E não
saboreiam mais as palavras
Pelo que
sabe à boca
Sobre a lei
no léxico,
Que envolve
a língua e à sapidez
Que lha
caracteriza com rigor,
Porquanto é
com a concha à boca
Que põe a
provar
Aquilo que em kilo ou
quilômetro
Tem o poder
de destoar o amor
Ou de
desbotá-lo em comércio do amor,
Tal qual se
lê nos Ensaios de Montaigne,
- que
rebaixa o “pathos magno,
Que é o amor
carnal
A um mero emprego
e cumprimento
De meirinho
de um dever
Para com o
“pathos” mais profundo,
Que é a paixão sexual,
A qual tem
ais realidade para o ente humano
Que tudo o mais,
Pois é a
paixão mais real
E mais à
linha da verdade
Que há no ar,
Vez que o “pathos”,
É ato e
pacto com a vida
Enquanto
vivida, vívida,
- uma dívida
e dádiva ao corpo
Que grassa até
entre urutus cruzeiras,
O que não é impecilho
Para que
ocorra,
Não poucas,
mas inúmeras vezes,
Se não em vezes multiplicadas a outras infinitas vezes,
Tornar-se uma
falsa grotesca
no ser
humano que a representa
e a perde durante o coito
que,
destarte, não dura o necessário
para deixar
de ser algo
praticado no
interregno da conjunção carnal
Que não se
dá por completa
Porque muito
no homem e na mulher
É uma peta
jurídica,
Quando não
uma chicana,
Uma mera
palavra merovíngia ou carolíngia
Ou uma
dinastia de reis-múmias,
Faraós que
fez do pó
Sua única e
última pousada no nada
Que o vento
leva
Pelos campos
e vales
Manchando
flores
Com sua
fuligem
Que pinta a
rosa
Com cor suja
ou cinza.
Amar tem
cara de caramujo
( ou e
mujique?!):
Uma concha
ou carapaça calcárea
Recalcitra a
relação
E a
resguarda dos danos dos donos
E se come
assim com se come
Lagosta,
lagostim,
Que são
frutos do mar : mariscos
ou com se
come canelone.
Saber a mar
É velejar
pelo saber
De que há
por baixo da concha
Um molusco
frágil,
Com corpo
mole
( não da
mole
Que se vê no
edifício )
Que aprecia
a proteção,
Tal qual a
criança de colo.
Tem quem
aprecie frutos do mar,
Que saboreie
mariscos
E quem nem
sabe a mar
E, ademais, teme
a procela
Que não
procede, nem prospera
Em sua
investida
Contra as
serenas procelárias
Filólogos (?!...) com perspectivas filosofantes
A respeito
da literatura zoológica
Que vai de
mar a mar
Sem parar
para mamar.
dicionário
dicionario onomástico onomastico filosófico filosofico científico
cientifico enciclopédico enciclopedico etimológico etimologico
etimologia etimo wikcioná´rio wikcionario wikdicionário wikdicionario
verbete glossário glossario terminologia científica cientifica
nomenclatura binomial terminologia nomenclatura taxononia raxinomia vida
obra biografia pinacoteca historiografia lexic léxico lexicografia taxonomia " ' @ # $ % ¨& * ( ) _ + =_
Nenhum comentário:
Postar um comentário